O tempo voa
Com o avançar dos anos, reconheço que a minha avó tinha razão, o tempo voa.
Olho para trás e vejo que, apesar de tanto tempo ter passado, muita coisa mudou no mundo, mas o mundo não mudou nada. Ou, se mudou, não foi para melhor.
À nosa volta, só vemos jovens a viverem com empregos precários, quando não estão desempregados. Reformas miseráveis. Descontentamento geral, aqui e em todo o lado.
Criticamos tudo e todos. Os governos são culpados de tanta coisa, mas o que é que nós fazemos para melhorar o mundo? Qual foi o meu contributo individual para essa melhoria? Interrogo-me a esse respeito, e fico sempre receosa de não ter sido suficiente.
Por mais que tente, não consigo entender - ou participo muito pouco ou há demasiados a não contribuírem nada. O balanço é muito negativo.
Continuamos a ter uma sociedade em que, até nos países mais ricos, a pobreza alastra. Mas alguns engordam ainda mais. Porque será?
Há trinta anos a fazer descontos, pergunto a mim própria para onde foi o meu dinheiro.
Recordo-me de quando uma amiga me disse que o filho andava doente e que estava a pensar levá-lo ao Estádo da Luz. Corrigi-a de imediato. Mas não era hospital, era mesmo estádio que ela queria dizer. Sorrrimos quando falamos disto, mas fica um gosto amargo, ao reflectirmos melhor.
Temos todos de tentar dar a volta a esta crise! É fraqueza desistir da coisa começada, segundo Camões. Toca a ir estrada fora. Espero encontrar muita gente pelo caminho, sorridente, optimista, mangas arregaçadas, pronto a lutar por um mundo melhor.
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